Domingo 19/01

À espera de leito em UTI neonatal, bebê de 23 dias morre no RS

13 de julho de 2015

Um bebê de 23 dias morreu enquanto esperava por uma vaga de UTI neonatal. O menino nasceu com um problema no coração e também foi diagnosticado com pneumonia. A família conseguiu uma ordem judicial para a transferência. Antes que ela fosse realizada, entretanto, o pequeno Pedro Henrique não resistiu e morreu na noite de sábado (11).

A família é de São José das Missões, cidade do Norte do Rio Grande do Sul que não tem hospital. O mais perto fica em Palmeira das Missões, a 65 quilômetros, na Região Noroeste. Os pais levaram o bebê para a instituição na quinta-feira (9), quando os médicos constataram a pneumonia e verificaram a necessidade de uma cirurgia cardíaca, o que demandaria uma vaga em UTI neonatal para recuperação e tratamento. No dia seguinte, a Justiça determinou que o estado disponibilizasse uma vaga para a criança, o que não ocorreu. O Hospital de Caridade de Palmeira das Missões informou que cadastrou o bebê na Central de Leitos do estado e também fez contato com vários hospitais, tanto na rede pública quanto na particular.  A decisão assinada pelo juiz Ilton Bolkenhagen dava um prazo de 24h para que o estado ou o município transferisse a criança para uma UTI neonatal, sob pena de bloqueio de valores para custeio de leito particular e eventual cirurgia cardíaca. A Secretaria Estadual da Saúde disse que não foi avisada sobre a ordem da Justiça.

“Escutar de um médico, às 8h da manhã ele dizer que o bebê está regredindo e ter que esperar até o meio dia, até a tarde, e ver o teu bebê parando o coraçãozinho de bater até zerar e voltar até ir a óbito, isso aí é muito triste”, lamenta o avô da criança, o borracheiro José Nilson de Almeida Brisola.

O corpo de Pedro Henrique foi sepultado na tarde de domingo (12). No velório, o clima foi de dor e perplexidade. A família custava a acreditar no que havia acontecido.

“Foi passando um filme na cabeça. Primeiro, impus minha fé, coloquei nas mãos de Deus, que Deus fizesse pelo melhor, que ele agisse para que o bebê não viesse a sofrer, mas nosso sentimento fica de espelho para outros pais que estão passando pela mesma situação. Que Deus proteja que não aconteça, mas com essa deficiência de leito no estado é complicado”, desabafa o pai do bebê, o professor de música Elias Roberto de Almeida.

 

Fonte: G1

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