Quinta-feira 22/05

Amar, amar e amar!

10 de junho de 2016

Por Aline Cristina Riffel

Psicóloga, Pedagoga e Mestranda em Educação nas Ciências

 

 

“Quero aprender com o teu pequeno grande coração” (Renato Russo)

A música, a literatura, as artes como um todo, sempre foram se não a melhor, a mais sincera e profunda maneira de expressar o que perpassa os sentimentos e pensamentos conscientes e inconscientes de nós “humanos” sobre o amor e a paixão. Ao pensarmos no significado de cada um desses termos podemos perceber o quanto são distintos. Mas ao sentir, como saber?

Para Freud a paixão consiste num investimento da libido narcísica no outro, que por isso se transforma num objeto ideal. Com a idealização, o objeto amado torna-se absolutamente fascinante, e por isso atraente para aquele que ama. Para ele trata-se de um estado no qual o olhar apaixonado desvaloriza intensamente o próprio eu, o objeto se torna ‘cada vez mais sublime, precioso’, usurpando ‘todo o auto-amor do ego’. Por isso muitas vezes, ao se “apaixonar”, o sujeito esquece todo amor próprio e passa a viver intensamente a paixão avassaladora pelo outro. Neste instante entra em ação a “paixão”. A paixão vem do latim ‘patior’, que significa: ‘sofrer, suportar, sentir para mim’. Exatamente resultante da definição utilizada para “Paixão de Cristo”. Um sentimento tão profundo, individual, que passa a ser, por vezes, escravizador.

Para Freud, em seu artigo “Psicologia de grupo e análise do ego” (1921), ‘estar apaixonado’ é diferente de ‘estar amando’ que é uma escolha do tipo analítica. ‘Estar apaixonado’ implica, necessariamente, a servidão do apaixonado ao objeto da paixão. Já ‘estar amando’ leva o ego a enriquecer com as propriedades do objeto, introjetando-as em si próprio.

Já o amor está em outra ordem, da igualdade, do amor que ama o outro ao amar a si mesmo. A psicanálise dá à energia, considerada como uma magnitude quantitativa (embora não seja mensurável), daqueles instintos que têm a ver com tudo o que pode ser abrangido sob a palavra ‘amor’. Em sua origem, função e relação com o amor sexual, o ‘Eros’ do filósofo Platão coincide exatamente com a força amorosa, a libido.

Nesta perspectiva o amor não é sofrimento e sim um compartilhar de sentimentos. Não se determina pelas características físicas, financeiras, ideológicas. Se constrói na reciprocidade, na valorização pessoal. Nas trocas, no respeito.

Autoestima elevada, amor próprio, valorização de suas vontades, desejos, sonhos é o primeiro passo para encontrar o amor do outro. Ou então, viverás inúmeras paixões avassaladoras, intensas e altamente destrutivas.

Se está angustiado por passar o Dia dos Namorados sem um par perfeito, ‘fica a dica’, você é seu par perfeito. Se já se encontrou e por isso encontrou alguém que lhe completa, lhe possibilita viver o melhor do amor. Aproveite intensamente, não são necessários grandes presentes, ou astronômicas declarações de amor. Amor não é para os olhos e sim para o coração.

“Sem pressa. Sem vírgula. Sem ponto final. Sem briga. Sem mágoa. Sem dor. Só amor, por favor.” (Autor desconhecido).

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