Por Henrique da Silva – Colunista do Jornal Novo Horizonte
Quando nos deparamos com esta pergunta, parece que o óbvio existe. Com certeza ter amigos em um mundo cada vez mais difícil de entender é importante, basta apenas olharmos para o nosso lado e ver o quanto se fala na importância da amizade. Mas, se olharmos um pouco mais adiante, e refletirmos seriamente. O que é ser amigo? Parece que a coisa começa a ficar um pouco confusa.
Cada um de nós, com certeza, tem claramente dentro de si uma explicação, e olhando as atitudes e comportamentos parece que a resposta varia de acordo com o momento e a necessidade, ou melhor, com os objetivos de cada um. Na verdade, ou no conceito comum, deveria ter uma resposta exata para todos. Na realidade não é exatamente isso que acontece.
Vamos fazer uma pequena reflexão. O que eu já perdi com meus amigos? Agora, vamos fazer outra: o que eu já perdi com meus inimigos? Parece que o óbvio desaparece. Isto porque um amigo pode, um dia, se tornar o pior de seus inimigos. Já seu inimigo, em algum grau, é sim seu amigo.
Pense em um grande amigo, que cresceram juntos, brincaram, se divertiram, estudaram, trabalharam. Com tanto tempo de convivência, a cumplicidade faz com que passemos a conhecer o outro assim como a nós mesmos. É claro que uma amizade verdadeira é bonita, mas também é importante lembrarmos de nunca dizer, nunca. Um simples fato pode colocar tudo a perder, e aí aquele amigo do peito pode ter em mãos todas as armas para lhe atacar e machucar.
Já um grande inimigo, um desafeto, parece um sinal de que algo está errado e que duas pessoas não fecham. Mas, mesmo sendo um inimigo, de alguma maneira, ele é verdadeiro no sentimento de aversão. Neste caso, não existe o perigo de uma traição, como pode acontecer com grandes amigos. A única surpresa seria a união.
Ter amigos faz parte da vida. Ter inimigos também. E é fundamental que ambos existam, pois a vida é um eterno exercício do equilíbrio.
A gente se pecha por aí.
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