A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (29), durante entrevista coletiva em Nova Iorque, que não respeita um delator, porque foi presa durante o regime militar e a ditadura tentou transformá-la em uma delatora. Ela foi questionada sobre a Operação Lava Jato, em especial as declarações do dono da UTC, Ricardo Pessoa.
“Eu não respeito um delator, até porque eu estive presa na ditadura e sei o que é. Tentaram me transformar em delatora, a ditadura fazia isso com as pessoas. Eu garanto para vocês: eu resisti bravamente e até em alguns momentos fui mal interpretada quando disse que, em tortura, a gente tem de resistir porque, senão, você entrega. Não respeito nenhum, nenhuma fala”.
Segundo a última edição da revista Veja, o empreiteiro mencionou 18 políticos, incluindo nomes do governo, como os ministros da secretaria de Comunicações Edinho Silva, e da Casa Civil Aloizio Mercadante, em acordo de delação premiada. Dilma confirmou a doação de R$ 7,5 milhões da empresa investigada na Operação Lava para a última campanha, mas disse que o dinheiro foi repassado legalmente.
Na Câmara, deputados aguardam autorização do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que Ricardo Pessoa seja convocado a depor na CPI da Petrobras. A presidência da comissão pretende ouvir o empresário ainda esta semana. Segundo a publicação, ele disse ter usado dinheiro de propina de contratos com a Petrobras em doações oficiais a campanhas de candidatos do PT, PTB, PMDB, PSDB, PSB e PP. O Ministério Público Federal aponta Pessoa como coordenador do cartel de empreiteiras que fazia parte do esquema da Petrobras.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu hoje a atuação do órgão na Operação Lava Jato durante sua gestão. Ele participou de debate entre candidatos ao cargo de chefe do Ministério Público. A gestão de Janot termina em setembro, mas ele é candidato a mais um mandato. Em agosto a presidente manifestará o apoio a um dos nomes da lista tríplice escolhida pelo MPF.
Fonte: Rádio Gaúcha
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