Por Henrique da Silva – Colunista do Novo Horizonte
Todos nós sabemos que boa parte da formação do ser humano ocorre até os sete anos de idade. A essência, características, tudo o que seremos já está definido e será lapidado com o conhecimento. O que ainda não é ensinado é que devemos ter um tempo voltado a nosso objetivo, podemos chamar de foco. Ou ainda o foco triplo: foco em si, foco nos outros e foco no mundo.
As gerações mais novas, nossas crianças e jovens, cresceram com outra forma de aprender. Todos até os seus vinte anos tiveram contato, em algum momento, com o mundo virtual. Mas mesmo com todo o conhecimento disponível ali, pouco ou nada contribui para a formação da essência, já que em nenhum momento os mesmos têm consciência de quem sou, de onde vim e para onde vou, qual a minha responsabilidade no mundo e em que estou inserido para mudar as coisas ao meu redor.
O foco nos outros também é fundamental. Em um mundo cada vez mais voltado para o ter e não para o ser, fica difícil uma criança ou adolescente ter a noção exata do conceito de empatia, se colocar no lugar do outro e agir de maneira com que tudo ao seu redor seja harmonioso. E que, em tarefas simples, seja sempre realizada para fortalecer um ao outro, sem a competitividade que vivemos hoje, onde cada um deve ser o melhor, independente de quem está ao seu lado.
O terceiro, e talvez o mais importante, é o foco no mundo. É aí que estamos inseridos e, inevitavelmente, dele temos que fazer parte. Tudo muda a partir de cada um, e este somente poderá ser mudado se as gerações tenham este aprendizado, de que tudo que fizermos tem consequências. Este ensinamento deve ser aprofundado nas escolas, pois é ali que as crianças se desenvolvem.
Ao mesmo tempo, temos que questionar. Como está a educação de nossos filhos com relação a estes três aspectos? E também, que a sua formação deve ter o foco em si, nos outros e no mundo, e não somente transformá-los em máquinas de vencer a qualquer custo.
A gente se pecha por aí.
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