Com a cheia do Rio Uruguai no Noroeste do Rio Grande do Sul, os prejuízos são sentidos também na agricultura. Em alguns pontos o nível subiu cerca de 14 metros e a água cobriu lavouras e áreas de pastagens. Parte da produção de hortigranjeiros foi perdida devido ao granizo.
A região é a maior produtora de leite do estado, mas o desenvolvimento das pastagens para o gado está comprometido. Com isso, muitos produtores não soltam os animais no pasto para evitar o pisoteio e a compactação do solo, o que aumenta os custos de produção com ração e silagem.
O mau tempo afeta ainda os hortigranjeiros. Verduras e legumes acabam apodrecendo e em alguns casos toda a produção foi perdida com a ocorrência de granizo no início da semana.
A principal cultura de inverno do estado, o trigo, também está prejudicada. O plantio evoluiu apenas 3% essa semana e em algumas regiões o período ideal para o plantio já terminou. A baixa luminosidade e toda essa água prejudica o metabolismo da planta e favorece o aparecimento de pragas e doenças foliares.
Ainda é difícil falar em números. Muitos técnicos e secretarias de agricultura ainda contabilizam as perdas.
Caxias do Sul, na Serra, que também tem prejuízos na produção de hortigranjeiros. As perdas já passam dos 40% em algumas propriedades.
As principais hortaliças atingidas são as de foleosas, como alfaces, rúculas e chicórias. Em algumas propriedades, os prejuízos na produção de alface chegam a 50%.
O principal problema é com a umidade e a água acumulada. O solo está encharcado e não tem como os produtores plantarem as hortaliças. Segundo os técnicos do setor, seria necessário pelo menos uns quatro dias de sol, de tempo seco, para ajudar os agricultores e melhorar as plantações.
Se isso não acontecer, a previsão é que faltem produtos no mercado e que os preços subam e em alguns casos, até dobrem de valor. Cerca de 1,2 mil famílias produzem hortifrutigranjeiros em Caxias do Sul.
Fonte: G1
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