Domingo 13/10

Como estão nossas relações?

10 de outubro de 2021

Como está nossa vida em relação aos que vivem conosco, a natureza e a nossa espiritualidade? Como estamos agindo? Estamos nos dando conta de que tudo é finito?

Nas relações por exemplo: namoro, amizade, casamento, família não importa. Por anos e anos a fio a pessoa está lá a nossa disposição, e aí o que acontece com o ser humano, é que ele se adapta. Quando nós nos adaptamos nós tendemos a tratar a pessoa como se sempre ela vai estar lá, então a gente para de valorizar, para de agradecer, para de investir na relação, até que um belo dia, de uma maneira completamente surpreendente súbita, a pessoa vai embora. Às vezes é por conta da natureza, afinal de contas nada permanece, e a saúde também, não é mesmo? As pessoas saudáveis são tiradas da nossa vida de maneira inesperada. Às vezes são por vontade própria, afinal de contas um dia a pessoa se cansa de ser tratada com descaso ou não ter sua presença devidamente valorizada.

E é aí, que ele, que é o sentimento mais comum nesse vazio que é deixado pela pessoa que vai embora, aparece. O arrependimento. Arrependimento por não ter feito isso ou aquilo, por não ter aproveitado, por não ter valorizado, por não ter estado lá, por não ter tentado e tantos outros.

Na raiz do arrependimento existe certo tipo de esperança, que é o pior tipo de esperança que podemos encontrar. A pessoa arrependida geralmente é ou foi esperançosa. Esperou a oportunidade certa, esperou as coisas mudarem, esperou a coragem, enfim, esperou em vez de agir, esperou ao invés de ter feito e isso nos remete ao ponto inicial de nossa conversa.

Nós vivemos uma ilusão de imortalidade, porque se nós tivéssemos conscientes de que cada minuto é um minuto a menos, de que a nossa vida um dia vai acabar, de que cada instante é um investimento e de que um dia a gente vai fechar o olho e não vai abrir mais, se nós tivéssemos essa consciência, eu tenho a forte convicção de que a gente eliminaria a maior parte da mesquinharia e da pequenez que existe nas coisas cotidianas da nossa vida.

Conscientes de nossa mortalidade talvez a gente não brigasse no trânsito, talvez a gente não se apegasse a coisinhas pequenas, a detalhes irrisórios que atrapalham nossas relações, talvez a gente aproveitasse melhor as oportunidades que nos são dadas todos os dias. Eu creio que falta a nós seres humanos, é humildade e gratidão para percebermos que somos insignificantes e ao mesmo tempo especiais, porque nos foi dada a oportunidade única pela natureza de passear por algumas décadas por este planeta. Por isso devemos apreciar a beleza das coisas e compreender a complexidade do universo. Devemos contemplar e valorizar a vida e, sobre tudo tentar fazer com que o dia de amanhã seja melhor do que o dia de hoje.

A gente se pecha por aí.

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