Conselhos úteis no verão / animais de companhia
Por Álvaro Callegaro – médico veterinário
Com a chegada do verão as temperaturas sobem e com elas a nossa preocupação com o bem-estar dos nossos animais de companhia. Assim como as pessoas, os animais de estimação também precisam se adaptar ao calor e a umidade. Hipertermia, infestações de ectoparasitas (pulgas, carrapatos), picadas de mosquitos e pernilongos, viroses e doenças de pele são alguns dos problemas mais comuns que mais acometem os animais nesse período do ano.
Os cães não transpiram como nós. A respiração é a única forma que eles têm de controlar a refrigeração e a temperatura corpórea ideal. Por isso, quando submetidos a calor intenso ou situações de estresse os cães podem não ter condições de perder calor e entram num processo conhecido como hipertermia. O primeiro sinal que o animal precisa de resfriamento é quando se mostra muito ofegante. Na hipertermia a temperatura corporal pode atingir até 42º C, provocando vômitos, coagulação sanguínea, edema pulmonar, parada cardíaca e até mesmo levando ao estado de coma.
Os cães que tem o focinho curto, como os Bulldogs, Pugs, Boxers, Shitsus, Lhasas Apso, entre outros, sofrem mais com as altas temperaturas devido à anatômica dificuldade de respirar e perder calor. Por isso devemos evitar situações estressantes em períodos de intenso calor ambiental (como banho e tosa), passeio em horários muito quentes, ficar dentro de carros parados ou em viagem longas. Nessa época do ano os animais devem ficar em ambiente agradável e sombreado, sempre com água fresca disponível.
Durante o verão também é mais comum à proliferação de pulgas e infestação por carrapatos. Neste caso, manter a pelagem do animal curta ajuda na visualização dos possíveis parasitas.
Os cães também sofrem com as picadas de insetos que, além de provocar incômodo, podem transmitir doenças como a leishmaniose e a dirofilariose (essa principalmente em regiões praianas). Normalmente ocorrem nas regiões sem pelos – ponta de nariz, orelhas, ao redor dos olhos e abdômen – onde é possível visualizar as lesões de picadas com coceira intensa no local, antialérgicos podem ser usados se a irritação for muito intensa.
Outra preocupação são os ferimentos, eles nunca devem ficar expostos, porque podem atrair moscas que depositam suas larvas, provocando infecções que trazem incomodo aos animais (bicheiras).
Nas praias a incidência de leptospirose, doença transmitida pela urina de ratos disseminada por enxurradas e alagamentos, é maior, por isso o animal deve estar com suas vacinas preventivas em dia.
Cães e gatos que têm a pele muito clara, ou rosada, quando submetidos à exposição solar podem desenvolver o sarcoma (câncer de pele), que geralmente ocorre nas áreas sem pelo. Esses animais não devem tomar banhos de sol, mas se a exposição for inevitável deve-se usar filtro solar nessas áreas.
No verão, cães e gatos podem tomar banho até duas vezes por semana, desde que com produtos adequados. A tosa também é indicada para os bichos mais peludos, proporcionando-lhes mais conforto nos dias de calor.
Quanto às vacinas e vermífugos, os proprietários devem se manter atentos para garantir que a carteirinha dos animais permaneça em dia. É importante que os produtos sejam ministrados sob orientação de veterinário. Quanto ao transporte em carros, é obrigatório levar os animais dentro de caixas especiais ou presos com cinto de segurança, sendo que eles nunca devem ficar soltos entre os bancos ou no colo, isso é passível de multa. O veículo também deve ser mantido fresco para evitar que o animal sofra. O ideal é ligar o ar condicionado.
No mais, boas férias e descanso na companhia sempre alegre e divertida de seus animais de estimação.
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