Por Henrique da Silva – Colunista do Novo Horizonte
Em uma madrugada sem sono, me deparei em frente ao espelho, objeto que não falta em minha casa. Dentro dele, alguém querendo falar comigo. Pela insistência, deixei que falasse. Pensei que iria ter um bom diálogo quando, surpreendentemente, após um cumprimento cordial, me perguntou: o que é mais importante para você? Minha resposta foi: você. Incrivelmente, me respondeu: não, o mais importante que temos em comum é Deus. Tive que concordar. Me disse ainda: nada existiria para nós sem Deus, portanto, ele é mais importante que tudo.
Continuou: e a segunda mais importante? Respondi: você. O espelho sorriu, e disse: sim, agora acertou. A vida é o segundo ponto fundamental que devemos cuidar, nada adianta existir se o nosso eu não estiver bem consigo mesmo, com os outros e com o mundo. Para isso, é importante cuidar deste ser único para cada um de nós, dando condições de vida e saúde. O alimento, fundamental para nossa existência, para o nosso corpo. Precisamos também alimentar a nossa fé.
Nesta conversa, após um minuto de silêncio, me olhando fixamente sem nada dizer, perguntei: e depois, o que é mais importante? A família. Perguntei o porquê de ser somente o terceiro, e com doçura, me respondeu: porque para se ter uma família, é necessário que exista Deus, pois onde ele habita há amor, e não há família sem amor. Também aquele que não sabe cuidar da sua vida não deverá constituir família, algumas coisas devem ser abdicadas, por exemplo, o álcool pode acabar com a nossa vida e nos distanciar de Deus, atrapalhando também a formação da família.
Me virei e dei um passo, quando uma voz calma e tranquila me chamou: não tenha pressa, e deixe um lugar também para teus amigos. Olhei para o espelho e, sorrindo, ouvi: em algum momento, você precisará de um amigo, e muitas de tuas atitudes serão por eles. E todo aquele que não conseguir fazer um amigo não conseguirá completar sua vida. Entre os pilares que sustentarão tua vida, o quarto serão teus amigos.
Entendi nessa conversa que tudo aquilo que quebrar um destes quatro pontos fundamentais não servirá para mim, e em nome deles, deverei abandonar.
A gente se pecha por aí.
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