Por Henrique da Silva
Este questionamento nos inquieta a cada momento que passa, pois neste mundo voltado para a matéria, estamos todos os dias correndo em busca do desnecessário. Todos giram em torno de satisfações momentâneas, amparadas em produtos e serviços que, em um primeiro momento, solucionam nossos problemas e nos tornam mais felizes. Impressão? Ilusão? Fuga? Razões para não nos aceitarmos mais como somos de não nos realizarmos com tudo que conquistamos. A insatisfação com nós mesmos é crescente, já que sempre somos impactados com mensagens que nos incentivam a trabalhar mais para ganhar mais para, aí sim, sermos felizes.
Com isso, acabamos nos desligando do círculo familiar, onde a cada dia se percebe que é o local onde menos tempo disponibilizamos para nós, principalmente de nossos filhos pequenos, que são deixados em creches apesar da pouca idade, por tempo integral, transferindo a estranhos a responsabilidade de educar. Alguns por causa do trabalho, outros para ter um pouco de alívio da correria diária, e aqueles que dizem que é bom para a criança se socializar desde cedo.
Investir na vida, na saúde, em nossos filhos, parece estar no fim da fila de prioridades. Não seria mais lógico abrir mão de desejos materiais e investir na formação destas crianças, dando um lar, amor e carinho dentro de casa, pelo menos até a idade em que as leis permitem? Manter uma criança no seio familiar faz com que ela cresça entendendo o que é uma família, sua importância, e com certeza terá mais amor pelos próprios pais. Infelizmente, isso não tem sido pensado pelas autoridades públicas, e tem suas razões, quando o vínculo familiar deixa de existir, mais fácil será para manipular as opiniões dos mesmos no futuro.
Com a mesma alegria que hoje crianças são deixadas nas creches, elas um dia se tornarão adultos que deixarão seus pais em asilos. Eles cresceram, agora também trabalham, e irão utilizar as mesmas desculpas que usamos para deixarmos de lado: “precisamos trabalhar mais, ganhar mais, comprar mais”. Um carro, uma casa, roupas, joias, viagens… e nós faremos uma pergunta: o que aconteceu com nossos filhos? Demos tudo o que eles queriam, a melhor educação, nasceram e cresceram sem passar por necessidades que muitos de nós passamos. A resposta, porém, é muito simples. Pode ter faltado amor. Amor não se ensina, se aprende. E não se aprende nas ruas, nas escolas, mas principalmente em uma instituição que para alguns é falida, para outros é respeitada, e por Deus é amada. Família.
A gente se pecha por aí.
voltar