Frente Parlamentar da Indústria de Máquinas e Equipamentos surge para conter escalada da recessão e articular ações para a retomada do crescimento
Com a presença maciça de empresários e lideranças políticas, foi lançada nesta quarta-feira (5) a Frente Parlamentar da Indústria de Máquinas e Equipamentos. Cerca de 280 deputados e senadores integram a FPMAQ, que terá como objetivo organizar a pauta legislativa deste segmento da indústria nacional, que tem sido afetado duramente pelo avanço da crise econômica. Segundo o presidente da FPMAQ, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), a missão número um é conter o avanço da recessão e articular ações legislativas para a retomada do crescimento. O parlamentar defende a derrubada do Projeto de Lei 863/2015, que retira o benefício fiscal da desoneração da folha de pagamentos, aumentando de 1% para 2,5% a alíquota de contribuição previdenciária sobre a receita bruta. “Evitar que as perdas sejam maiores. E no caso do 863, que o Senado está por apreciar, infelizmente na Câmara nós tivemos essa elevação de custo na folha. Vamos tentar reverter no Senado com o apoio daquela Casa”, destacou o parlamentar.
Segundo dados do setor, depois de atingir um pico de 380 mil empregos gerados em 2013, houve a perda de 50 mil postos de trabalho nos últimos dois anos. Metade deles somente no último semestre. Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, a situação é catastrófica. “Nós temos, com raríssimas exceções, uma recessão fortíssima, não vista há dezenas de anos. A crise política e a crise econômica que se instalaram nesse país, juntamente com o ajuste fiscal, provocaram uma queda de consumo. Por conta disso, todos os setores da economia refrearam os seus programas de investimento. E quando nossos clientes atrasam investimentos nós paramos de vender”, explicou o dirigente.
Já o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não poupou críticas à política econômica da presidente Dilma Rousseff. Para ele, o governo federal penaliza o setor produtivo com medidas equivocadas, como o aumento dos custos de produção e da carga tributária justamente num momento de retração. Cunha cobrou a redução dos gastos da máquina pública e disse que o setor industrial vem sendo muito maltratado. Na avaliação do presidente da Câmara, o Brasil vive um filme de terror e experimenta uma tempestade perfeita. “Estamos debaixo de uma tempestade perfeita. E esta tempestade perfeita precisa ser combatida. O governo precisa equilibrar suas contas, para isso precisa ser feito sacrifício. Mas nós precisamos saber onde está a luz no fim do túnel para o sacrifício. O que nós vimos até agora é só túnel. Parece até que nem entramos nele ainda. O que dirá ver a luz no fim do túnel”, disparou Cunha.
O setor de máquinas e equipamentos reúne cerca de sete mil empresas em todo o Brasil, responsável por um faturamento anual de R$ 80 bilhões. Líder nacional de exportações dentro do segmento da indústria de transformação, o setor apresentou um saldo de US$ 11 bilhões de vendas para fora do país em 2014. A pauta legislativa da FPMAQ também inclui a redução do chamado ´Custo Brasil´, a desoneração da cadeia produtiva, a criação de programas de incentivo para a compra de máquinas nacionais adquiridas pelo poder público, o aproveitamento de créditos tributários podres e a manutenção do Reintegra para o aproveitamento de resíduos tributários não compensados por conta das exportações. A instalação da FPMAQ também contou com a presença dos ministros da Integração Nacional, Gilberto Occhi, e das Cidades, Gilberto Kassab.
Fonte: Apolos Neto (Assessor de Imprensa deputado Jerônimo Goergen – PP/RS)
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