O ex-prefeito de Horizontina, Irineu Colato, recebeu na última semana em sua residência a reportagem do Jornal Novo Horizonte. Discorreu sobre vários assuntos e rebateu as criticas da atual administração sobre a precariedade das máquinas da secretaria de Obras. Colato não fugiu de temas polêmicos, como os recursos para a APAE e o feriado do Colono e Motorista. Lembrou ainda que ao assumir o governo em 2009 não foi para a imprensa se queixar da forma como recebeu o governo, mesmo sendo aconselhado a fazer. Confira os principais trechos da entrevista.
Precariedade das máquinas da secretaria de Obras
O ex-prefeito começou a entrevista com a expressão “máquinas usadas são máquinas usadas, portanto vulneráveis e que requerem manutenção permanente”. Colato disse que o ex-secretário de obras, Sergio Seidel, assegura de que no final do governo todas as máquinas estavam funcionando, com exceção do motor de um carregador e o trator esteira da agricultura, que se pretendia leiloá-lo, mas foi suspenso a pedido da própria atual administração.
Disse que durante o seu mandato, foi adquirido uma patrola, uma retroescavadeira giratória, 2 retros novas, além da capinadeira a fogo nova, um caminhão zero para distribuição de resíduos da suinocultura nas lavouras e a adaptação de um segundo, para servir a região de Barra Mansa. Lembra o ex-prefeito que em 2009, ao assumir o executivo, encontrou as máquinas e caminhões em estado precário e foi pressionado para divulgar, mas que não concordou, com a consciência de que prefeitos são eleitos para administrarem realidades, não apenas facilidades e, sobretudo dificuldades, desafios e necessidades. Disse que em outras épocas a preocupação era de cuidar das estradas, prioritariamente, por ocasião da colheita da soja. Hoje é outra realidade em razão da diversidade de culturas e do, transporte escolar que requerem estradas em bom estado de forma permanente, por isso, apesar do trabalho permanente, não consegue, o poder público, estar em todos os lugares ao mesmo tempo, ficando a sensação de que não se cuidou das estradas.
Feriado do Colono e Motorista
Sobre o feriado do Colono e Motorista, Colato disse que no seu governo não permitiu que se extinguisse o feriado dedicado ao colono e ao motorista, por uma questão histórica de reconhecimento, de gratidão, de homenagem aos desbravadores da prosperidade do nosso município. Disse ainda que o feriado tem um sentido cultural, como na educação, a ponto de ter escolas com mais de 70 anos, como no religioso e ter instituições com mais de 80 anos, como sociedades recreativas e culturais, com mais de 65 anos e o município tem 58 anos de emancipação. “Quer dizer, o colono e motorista, além do desbravamento, trouxeram a lição de que um município prospera se tiver educação, fé, se tiver sociedades, se tiver solidariedade”, destacou. Disse o ex-prefeito de que como secretário Executivo da Câmara de vereadores, na década de 60 e 70, acompanhou os acalorados debates dos vereadores em torno dos feriados municipais e esta foi a visão que tiveram na época. Por isso, não quis mexer no feriado.
“Percebe-se de que agora pretendem extingui-lo, transformando apenas o último domingo de julho, dia comemorativo do colono e motorista. Mas acho que a homenagem é justa independentemente de comemoração. Deixará, portanto, de ser feriado municipal, pois o município só pode ter quatro feriados. Tivemos a iniciativa de transformar o dia do município em comemoração cívica, para contemplar a data de 31 de outubro, o Dia da Reforma, mas não foi aprovado. Com esta visão mantivemos o feriado dedicado ao colono e motorista”, disse Colato.
Recursos para a APAE
Sobre os recursos programados para a APAE, Colato disse que teve este cuidado, a exemplo de todos os anos do seu governo, de olhar com carinho e atenção a APAE. Em 2012 a Escola adquiriu um ônibus e buscou apoios. A Câmara de vereadores destinou R$ 15 mil e o Executivo programou R$ 30 mil, que segundo Colato não puderam ser pagos, em razão do ano eleitoral. Colato disse que solicitou a equipe de orçamento que contemplasse no orçamento de 2013, então R$ 45 mil, no que foi atendido em rubrica especial à APAE, educação especial.
“Tanto é verdade, que o executivo atual já conveniou com a APAE para repassar os R$ 15 mil da Câmara, que corrigidos perfazem R$ 17 mil. Ficaram faltando os R$ 30 mil do Executivo. É bom dizer de que se trata de um recurso livre e o atual gestor pode repassar o valor através de um ou vários projetos. A ele cabe à execução orçamentária”, destacou o ex-prefeito.
Colato disse que o governo anterior fez apenas a previsão orçamentária e que imagina que de uma ou outra forma os recursos chegarão até a APAE e isto é o que importa. Destacou ainda que na hipótese de não ter nenhuma previsão orçamentária o gestor municipal pode mediante lei abrir um crédito especial, atendendo a prioridade não prevista, adiando projeto menos prioritário. “Portanto, desnecessária essa discussão se tem ou não dotação orçamentária. Penso de que este assunto está sendo encaminhado de forma satisfatória”, salienta.
Falta de recursos
O ex-prefeito disse que não pode avaliar esse assunto e nem pretende se intrometer nos atos do atual governo, porém destacou que todos são responsáveis pelos seus atos.
“Procuramos cuidar com atenção dos nossos, cujos efeitos continuam mesmo depois de concluído o mandato. O que podemos dizer é de que o orçamento do município deste ano é um orçamento normal, como o de outros anos, R$ 58 milhões, enquanto que no ano passado foi de R$ 51 milhões. Portanto, um acréscimo de R$ 7 milhões e poucos municípios cresceram especialmente no retorno do ICMS. Talvez, estejam percebendo o que sempre dissemos: de que a capacidade de investimento do município é de 5 a 6% do orçamento. Os demais recursos estão engessados ou comprometidos, com a saúde, educação etc…”, disse Colato.
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