Segunda-feira 17/03

Falar de sexo com os filhos não pode ser um tabu

28 de junho de 2013

Ao perguntar “Como nascem os bebês?” ou “Por que o meu corpo é diferente do seu?”, as crianças pegam os pais de surpresa, que por sua vez, se sentem na maior saia justa. Mas, não adianta mudar de assunto ou fazer de conta que não ouviu. Falar sobre sexo e sexualidade em um diálogo aberto com os filhos é muito importante para criar laços de afeto e confiança, para que ele entenda sobre o assunto e se torne um adulto esclarecido e seguro para suas futuras relações amorosas e sexuais.

A sexualidade está presente nas pessoas desde o nascimento. Aos poucos, a criança vai se descobrindo por meio da observação e convívio com pais, irmãos, amigos e com os meios de comunicação e, assim, vão amadurecendo seus conceitos. Consequentemente, ela vai querer saber mais sobre o assunto. Abordar sobre sexualidade sem constrangimentos e com naturalidade, respeitando a curiosidade dos filhos é a principal recomendação. De acordo com a psicóloga especialista em Psicologia nos Processos educacionais, Iandra Timm de Oliveira Pinto, “deve-se abordar o assunto sexualidade com naturalidade, sem medos ou receios, como qualquer outro assunto, no intuito de fazer com que os filhos perguntem e sintam-se a vontade para esclarecer suas dúvidas com os pais”. Se o tema não for tratado com naturalidade pelos pais, para a criança também não vai ser. Na avaliação da psicóloga, não pode haver tabus ou preconceito. Ela alerta: “É fundamental também que os pais forneçam as informações necessárias a seus filhos como forma de proteção ao abuso sexual que, atualmente é muito preocupante, pois atendemos muitos casos de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual”.

As crianças nunca devem ficar sem respostas aos seus questionamentos e devem saber que podem contar com a cumplicidade dos pais. Se ela não conseguir com eles as informações de que precisa, buscarão em outras fontes como amigos, escola, filmes, revistas e sites, mesmo que elas não sejam sempre confiáveis. No entanto, os pais não precisam dar uma ‘aula’ sobre o assunto. Conforme a psicóloga, o aconselhável é que as respostas sejam dadas de acordo com a idade e também os pais devem perguntar por que a criança quer saber aquilo para ter dimensão do conhecimento e da real dúvida. Explicar apenas o que a criança pede, sem muitos detalhes, muitas vezes já é suficiente. Mais tarde a criança voltará a perguntar mais curiosidades. Se ainda seu filho continuar perguntando, é porque precisa de mais explicações para entender, esclarecendo conforme forem surgindo as dúvidas. Os pais também não devem inventar histórias sobre cegonhas ou sementinha. A psicóloga afirma que o ideal é dizer sempre a verdade por mais delicado que isso possa parecer.  “É como se compararmos a uma escada, devemos andar degrau por degrau, até chegarmos ao último, e fazer o procedimento completo, porque se pularmos do primeiro direto para o último, ficarão lacunas”, explica Iandra.

Há diversos livros com ilustrações e de linguagem simples bem como vídeos sobre o assunto que podem ajudar os pais nessas conversas, mas, “o mais importante são as explicações e conselhos dos pais, sempre lembrando que filho informado é filho protegido”, conclui a psicóloga.

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