O juiz da 1ª Vara Criminal do Foro de Erechim, Antonio Carlos Ribeiro, aceitou hoje denúncia do Ministério Público contra mais 14 envolvidos na fraude do leite, investigados nas operações Leite Compen$ado 7 e 8. Quatro denúncias remetidas ontem seguem esperando acolhimento. Os réus, divididos em dois processos, vão responder pelo crime de adulteração de produto alimentício.
Na primeira ação, relativa à Leite Compen$ado 8, Reinaldo Melati, Adriano Melati, Douglas Bonfante, Ariel Paulo Narzeti, Marcos José Baldiga e Ediovani Gleison Demarco terão prazo de 10 dias para responder à acusação. O magistrado também determinou que a Cooperativa de Pequenos Agropecuaristas de Campinas do Sul (Coopasul) remeta à 1ª Vara Criminal, no mesmo prazo, as notas fiscais relativas à aquisição de leite cru transportado pelos denunciados sob a responsabilidade da Transportes Melati Ltda, nas datas de 09, 10 e 11 de março. Também foi determinado ao Laboratório Alac que remeta, em 10 dias, as vias originais de oito Certificados Oficiais de Análises.
No segundo processo, referente a parte da Leite Compen$ado 7, os réus denunciados foram Edeovar Tenutti, Vandirlei Luiz Barbieri, Neodir Soares, Eliana Maria Vendrusculo Suzin, Amauri Rempel, Andressa Segatt, Angélica Rempel e Márcia Bernardi. Eles também terão o mesmo prazo (10 dias) para responder à acusação. Com relação a dois investigados – Ilário Vendrúsculo e Ivo Vendrúsculo – o juiz determinou o arquivamento da denúncia. O juiz também estabelece que a empresa Rempel e Coghetto Ltda remeta, em 10 dias, as notas fiscais relativas à aquisição de leite transportado pelos denunciados sob a responsabilidade da pessoa jurídica I. Vendrúsculo e Cia Ltda, nas datas de 12 e 17 de novembro do ano passado. Ao Laboratório de Análises Físio-Químicas da Unianálises, o juiz requisitou o envio, também no prazo de 10 dias, das vias originais de dois Certificados Oficiais de Análises.
Ontem, o Ministério Público também denunciou Dionisio Pogorzelski, Jovani José Pogorzelski, Natal Agapito Machado Filho e Clair Marcio Modkovski, mas esse processo ainda espera análise do juiz. O grupo é ligado à Transportes de Cargas Pogorzelski Ltda, de Floriano Peixoto, que também fornecia leite à Rempel e Coghetto.
Juiz pede à Receita notas de compra de produtos supostamente usados na fraude
Nos dois processos já julgados, o magistrado determinou, ainda, que a Receita Estadual efetue pesquisa junto à base de dados da Delegacia de Pesquisa e Investigação para averiguar se existem notas fiscais de possíveis transações realizadas em nome de alguns denunciados, no período de abril de 2014 a 20 de julho de 2015, relativas à aquisição de produtos que possam ter sido utilizados na fraude, como: água oxigenada, soda cáustica, bicarbonato de sódio, citrato de sódio, cal hidratado, amido de milho, carbonato de cálcio, cloreto de sódio (sal), detergente, espessantes, ureia e formol.
Em ambos os processos, não há mais o segredo de justiça. Trinta e oito pessoas já haviam sido denunciadas, entre dezembro do ano passado e maio de 2015, em representações relativas às fases 7 e 8 da Leite Compen$ado.
Fonte: Rádio Guaíba
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