Leandro Boldrini, pai de Bernardo e um dos quatro réus indiciados no processo envolvendo a morte do menino, poderá voltar pela terceira vez a Três Passos antes de um provável julgamento que ainda falta ser definido pela Justiça.
Desde que foi preso após a morte do filho em abril de 2014, o médico já veio duas vezes à cidade, uma ainda no ano passado para depor em um processo civil e outra em maio deste ano para depor como réu no Caso Bernardo.
Conforme documento do Ministério Público, para o fim de confrontação da conclusão no sentido de que havia terceira pessoa dentro da sala de atendimento, onde estariam, em tese, apenas Leandro Boldrini e Odilaine Ugione, torna-se imperiosa a realização de reprodução simulada dos fatos, com a presença de todos os atores da cena, inclusive pacientes que estavam aguardando atendimento e, em especial, de Leandro Boldrini e de Andressa Wagner.
Ainda conforme o documento do MP, também, se os peritos responsáveis pela realização da referida reprodução entenderem pertinente, com a participação das pessoas que compareceram no consultório e na sala de atendimento depois da ocorrência do disparo de arma de fogo, tais como policiais, médicos, socorristas e peritos. Do mesmo modo, por se entender oportuno, requer-se que as perícias particulares (“laudo pericial de balística forense”) e (“análise criminal e caligráfica”), sejam encaminhadas aos peritos oficiais que realizarão o laudo relativo à reprodução simulada dos fatos, para o fim de que estes se manifestem, fundamentadamente, sobre as conclusões constantes nos laudos particulares.
Segundo o delegado Marcelo Mendes Lech, responsável pelo caso, a reconstituição do caso será pedida após outras diligências serem tomadas. Ainda não há previsão de como a simulação será feita. Leandro Boldrini deverá ser ouvido e poderá ser chamado para participar da simulação dos fatos.
O inquérito policial que reinvestiga a morte de Odilaine Uglione, reaberto oficialmente no dia 21 de maio a pedido do Ministério Público, foi prorrogado por 30 dias na semana passada.
Entenda o Caso Odilaine
Conforme a polícia, Odilaine teria cometido suicídio dentro do consultório do pai de Bernardo, Leandro Boldrini, no dia 10 de fevereiro de 2010, em Três Passos. No inquérito policial, consta que ela comprou um revólver calibre 38 pouco antes de ir à clínica. Além disso, também há o registro de um bilhete em que a secretária do médico, Andressa Wagner, entregaria ao patrão, alertando sobre a chegada de Odilaine. O processo conta com depoimentos de testemunhas que estavam na sala de espera no dia da morte e com documentos referentes a uma possível divisão da pensão a ser paga após o processo de separação do casal.
Já a defesa da família Uglione alega que houve falhas na investigação da morte da mãe de Bernardo, entre as principais, estão divergências quanto ao exato local da lesão no crânio de Odilaine; existência de lesões no antebraço direito e lábio inferior da vítima; lesões em Leandro Boldrini; vestígios de pólvora na mão esquerda da vítima, que era destra; ausência de exame pericial em Boldrini, uma carta fraudada supostamente deixada pela mãe de Bernardo e a própria morte do garoto, que configuraria um fato novo.
Entenda o Caso Bernardo
Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos. Dez dias depois, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico, enterrado às margens de um rio. Foram presos o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e uma terceira pessoa, identificada como Edelvânia Wirganovicz. Evandro Wirganovicz, irmão de Edilvânia, também foi preso acusado de participar da ocultação do cadáver. Os quatro foram indiciados e deverão ir a julgamento.
Fonte: Três Passos News
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