No Noroeste do Rio Grande do Sul, motoristas se arriscam a passar por uma ponte que foi interditada pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) há cinco meses. Como o desvio fica longe e há muito chão batido, os próprios condutores retiraram a madeira que sinalizava a proibição.
A rodovia, a ERS-305, faz a ligação entre algumas das maiores cidades da região. Dos 36 quilômetros de Horizontina a Crissiumal, apenas seis são asfaltados. E no trecho de Crissiumal até o município de Três Passos, são 22 quilômetros de chão batido. Os moradores reclamam que há descaso com as condições da rodovia.
“Essa história do asfalto aqui é mais que uma novela. Falaram há 30 anos que fizeram um levantamento demográfico e até hoje não saiu. A população crê que não vai sair asfalto”, diz o professor aposentado Onírio Darci Caneppele.
Quem usa a estrada todos os dias conhece os prejuízos. “Quando está molhado é coisa muito triste, tem que chamar gente para empurrar o carro. Se é caminhão, tem que ser puxando com trator [para passar]”, completa o agricultor Milton Specht.
A situação mais preocupante se encontra no trecho que foi interditado há cinco meses por causa de uma ponte. Uma das vigas de madeira se rompeu. E, nem com a estrutura balançando, os motoristas deixam de passar. “É obrigado a passar, porque é muito longe o desvio” diz o pedreiro Marcelo Martini.
O desvio fica a oito quilômetros. Mesmo sabendo do perigo, a opção é por passar pelo local. “Essa rodovia, desde que eu sou menino, se prometia fazer asfalto e até hoje não foi feito. E esse caos, esse abandono que está agora nos últimos quatro, cinco anos, a falta de manutenção da ponte e da própria estrada e o sucateamento do Daer”, diz o prefeito de Crissumal, Roberto Bergmann. “Não me arriscaria [a passar na ponte]. A pé, sim, mas de carro não”.
O Daer informou que, nesta semana, deverá iniciar um serviço de patrolamento e uma operação tapa-buracos em alguns trechos da rodovia. A demora para consertar a ponte foi por causa dos procedimentos de aquisição das madeiras necessárias, segundo o departamento. Mas, nessa semana, uma equipe dará início aos trabalhos de recuperação.
Fonte: G1
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