Segunda-feira 13/01

MP denuncia 10 por envolvimento na fraude do queijo no RS

26 de junho de 2015

O Ministério Público (MP) entregou à Justiça nesta sexta-feira a denúncia sobre a Operação Queijo Compensado, deflagrada na semana passada nas cidades de Três de Maio, e Ivoti. A ação descobriu um esquema de adulteração no produto, com adição de amido de milho para mascarar a colocação de água no leite. Dez pessoas foram denunciadas por crimes como lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, corrupção passiva e ativa. Foram denunciados os proprietários da empresa de processamento Laticínios Progresso Ltda Eduardo André Ribeiro e Volnei Fritsch, além do filho dele Pedro Felipe Fristsch, que era sócio oculto da empresa, e a companheira de Eduardo, Andreia Abeling. Os três sócios estão presos preventivamente. O MP denunciou também a participação da irmã de Volnei, Roselaine Fritsch, o motorista da empresa Arnildo Roesler, o funcionário Neimar Hosda, Claudio Fuhr, que seria apoiador do esquema, em especial, na distribuição, o ex-secretário da Agricultura e Meio Ambiente de Três de Maio, Valdir Ortiz, e o veterinário da Prefeitura de Três de Maio, Marcelo Paz Carvalho. Segundo o MP, o esquema funcionava, pelo menos, desde abril de 2012. As análises do produto apreendido no dia da ação confirmaram a presença de coliformes fecais. O queijo era fabricado de forma irregular com adição de amido de milho e uso de leite rejeitado pelas indústrias por estar vencido ou fora de qualidade. Segundo MP, os produtos engrossam e dão consistência. No entanto, ao final do processo, deixam o queijo esfarelado e com forte odor, até mofar. O produto era revendido também de maneira ilegal para 72 estabelecimentos de 23 municípios do Rio Grande do Sul. Conforme as investigações, os três sócios sabiam das condições das cargas de queijo e de ricota adulteradas e corrompidas que eram transportadas entre os municípios. O MP afirma que eles participavam ativamente da fraude, pois adquiriam e utilizavam amido na fabricação do produto, mantendo-o, após, em depósito para ser vendido. O produto poderia apenas ser comercializado na região de Três de Maio, pelo fato da empresa ter cadastro municipal. No entanto, ele era distribuído para cidades da Região Metropolitana também.

 

Crimes

Ainda de acordo com o MP, foi detectada lavagem de dinheiro através de depósitos nas contas de Roselaine e Andreia, bem como o crime de falsidade ideológica. O MP diz que Valdir Ortiz e Marcelo Carvalho declararam falsamente que não existiam máquinas para misturar ricota à massa de queijo mussarela nas dependências da empresa, o que foi contraposto por fiscalização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Além disso, foi identificado crime de corrupção passiva e ativa. Em fevereiro de 2014, Valdir Ortiz solicitou e recebeu vantagem indevida, estimada em R$ 1 mil, constante na folha de despesas da Laticínios Progresso Ltda. Ortiz, aproveitando-se do cargo, era o encarregado de intermediar na Prefeitura de Três de Maio os trâmites para regularização das questões ambientais e da empresa e recebia “patrocínios” pelo auxílio prestado. Roselaine, além de receber valores provenientes da fraude, funcionou como laranja na compra do caminhão utilizado para o transporte do queijo adulterado e era uma das responsáveis pela aquisição de amido, conforme documentos apreendidos. A investigação sobre a fraude no queijo foi conduzida pelo mesmo responsável pelas oito etapas da Operação Leite Compensado, que flagrou um esquema de adulteração na bebida com a adição de substâncias que não fazem parte de sua composição. Segundo ele, a fabricação de queijo com amido de milho serve para mascarar a colocação de menos leite do que o exigido pelas normas da indústria do setor.

 

Fonte: G1

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