Henrique da Silva
É fato que, nas últimas semanas, nossa vida mudou, e possivelmente, muita coisa ainda irá mudar daqui pra frente. Com tantos atritos entre países, coube a um minúsculo vírus mobilizar bilhões de pessoas ao redor do mundo em torno de seu combate. Mas é bom lembrar que, em toda esta situação, que causa pânico, sim, temos a tendência de olhar apenas o lado negativo. Vamos, por um momento, parar e nos ater ao lado positivo de tudo isso que está acontecendo.
O primeiro ponto é: quantas vidas deixaram de ser perdidas em acidentes de trânsito. O número de acidentes caiu drasticamente e, como consequência, o número de óbitos acompanhou na mesma proporção. Outra coisa: você percebeu como foi sua Sexta-Feira Santa? Parece que voltamos no tempo, nunca tivemos tanto silêncio como neste ano. Assim como esses dois exemplos, poderíamos abordar outras tantas situações positivas, mas quero aqui apontar para a mais importante. Percebemos a fragilidade da nossa vida em segundos, nos vimos seres insignificantes diante da natureza. Em fração milésima de tempo, podemos não estar mais aqui, e isto não se refere apenas ao “eu”, mas sim de toda a humanidade.
A arrogância e a vaidade, o luxo e o dinheiro, podem num pequeno instante transformar nossa vida numa simples lembrança, e esta, muitas vezes, não adequada àquilo que queremos. Sempre imaginamos que nosso tempo é longo, e que podemos deixar para amanhã muitas coisas que queremos fazer. Agora, queremos abraçar e não podemos, queremos passear, mas não nos é permitido, querermos fazer tanta coisa e estas não estão mais ao nosso alcance.
Afinal, o que aconteceu? Vale a pena fazer uma grande reflexão sobre quem realmente somos.
Ao analisar profundamente esta situação, vai nos trazer mais pontos positivos do que negativos. E as pessoas que morreram, não importam? Claro que sim, mas seria tamanha a leviandade de nós afirmar que as mesmas permaneceriam com vida caso não houvesse tal pandemia. Somos seres tão insignificantes e, de uma hora para outra, já somos capazes de julgar quem deve morrer ou quem deve viver. Se vai morrer por isto ou por aquilo.
Resta lembrar que, ao decidirmos vir a este mundo, já viemos com nossas missões traçadas, e foram por nós mesmos escolhidas. O dia de nossa chegada e o dia da partida, quem serão nossos pais, o nosso nome, onde vamos nascer e tudo em relação daquilo que vamos viver. Portanto, estes momentos difíceis são apenas para nos colocar no nosso devido lugar. Os semideuses julgam que podem mudar o destino de tudo, mas nem sequer podem mudar suas vidas. A morte somente existe para aquele que não souber viver, portanto, aprendamos a viver.
A gente se pecha por aí.
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