Domingo 13/10

O preço da pandemia

19 de junho de 2020

Henrique da Silva

Há alguns meses, nossa vida mudou, e parece que ela permanecerá assim por um longo tempo. Nosso estilo de vida já não é mais o mesmo, a relação com amigos e familiares é feita por outros meios que não presenciais, o novo normal está aí, mas nem todo mundo está afim de perceber que este jeito de viver veio para ficar. Digo isso ao notar, como muitas pessoas ainda não entenderam a gravidade da situação. E, não estou falando apenas da pandemia. É só prestar atenção aos últimos acontecimentos e vemos que a pior pandemia está por vir. O silêncio de todos pela força e o poder.

Neste novo mundo, o governo está tendo que se posicionar e contribuir para que o mínimo bem-estar social seja mantido. Infelizmente, muitos já perderam seus empregos e sustentos; outros tantos, porém, permanecem empregados, mas se beneficiam de alguns programas criados, como isenção de contas ou diminuição de taxas de juros para cobranças. Alguém consciente, ao perceber a gravidade da situação, jamais veria estas benesses como uma possibilidade de transferir recursos de um lugar para outro, como, por exemplo, adiar o pagamento de contas.

O imediatismo, como bem sabemos, é inimigo da prosperidade. Deixar de cumprir com nossas obrigações para satisfazer necessidades consumistas, é estar completamente desconectado da realidade. Em um momento de incerteza, que ninguém sabe ao certo até quando irá durar, a cautela e o planejamento deveriam ser a prioridade de todas as famílias. Hoje, uma pessoa pode estar empregada, mas e se a sua empresa quebrar no mês que vem? E se o seu patrão, que também passa por dificuldades e não gostaria de demitir, está segurando as pontas do jeito que dá, enquanto o empregado segue vivendo a vida como se estivesse normal, e lá na frente, a corda arrebenta e o empregado é demitido?

Estas questões, infelizmente, não passam pela cabeça de muita gente, pois a satisfação momentânea é mais agradável. Economizar também é uma forma de investir, um investimento de longo prazo em nosso futuro, de nossos filhos, da nossa família. A fonte que hoje transborda abundante amanhã pode fechar, ainda mais em um momento ímpar da nossa história.

Esta devastadora pandemia, que já levou a vida de milhares de brasileiros, não poupa o descaso. Quem não se protege e se expõe, pode pegar o vírus. Quem não protege o seu patrimônio e se expõe, pode ver suas economias escorrendo entre os dedos muito em breve.  Um preço muito alto que nem todos conseguirão pagar.

A gente se pecha por aí.

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