Por Henrique da Silva – Colunista do NH
A greve da última semana trouxe novamente o debate político à tona no país. E, novamente, fomos separados por um muro, com o já batido discurso “se você não está comigo, está contra mim”. Ao todo, milhares de pessoas em todo o país, capitaneadas por centrais sindicais, não trabalharam, acarretando em ônibus e trens também parados. Com isto, outros tantos milhões que queriam estar trabalhando, não puderam sequer chegar ao local do seu trabalho.
Pior: em alguns casos, os manifestantes foram violentos contra as pessoas que queriam, simplesmente, trabalhar. O direito mais sagrado desde a criação do mundo. Queimavam pneus e outros materiais, impedindo de cidadãos o direito de ir e vir. Nestes casos, a greve é algo positivo? Quando milhões de caminhoneiros pararam, protestando contra o preço do óleo diesel e do custo dos fretes, a ex-presidente Dilma disse que isto era crime. Simplesmente ficar parado era crime. Mas colocar uma máscara, queimar pneus e portar armas brancas é da democracia.
Esta última greve não é política, mas partidária. Ora, quando a mesma ex-presidente dificultou o acesso a alguns direitos trabalhistas, como o seguro-desemprego, quantos foram até a rua protestar? Nenhum, pois quando a punhalada vem do próprio partido, os fanáticos abaixam a cabeça e aceitam; mas, quando esta vem de outro, aí se organizam para protestar.
Não é curioso que, em um momento onde a Lava Jato está cada vez mais cercando o ex-presidente Lula, duas grandes propostas estejam correndo em Brasília? A Reforma Trabalhista e a Reforma da Previdência são assuntos que devem ser debatidos, e não corridos a toque de caixa. Com isso, causa-se o tumulto, e a Lava Jato perde o seu foco.
E agora, vamos protestar contra a soltura do ex-ministro José Dirceu e do empresário Eike Batista, que sozinhos levaram a aposentadoria de milhões de brasileiros? Este último que vive hoje na pobreza, apenas US$ 116 milhões de dólares na sua conta como patrimônio, e está fora da lista dos quinhentos homens mais ricos do mundo?
Devemos seguir atentos para que, novamente, as investigações sérias não acabem em pizza.
A gente se pecha por aí.
Ps.: Que mal pergunte, tem alguém querendo ir para Venezuela? De mudança?
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