Defesa Civil aponta que 6.320 pessoas foram atingidas em 47 municípios.
Sartori tratou do assunto com o ministro da Integração Nacional ontem à tarde.
Oito cidades do Rio Grande do Sul informaram à Defesa Civil que enfrentam uma situação de emergência devido ao grande volume de chuva que atingiu o estado durante a semana, tendo provocado cheias em rios. De acordo com boletim divulgado ontem a noite pelo órgão, o número de pessoas que tiveram de deixar suas residências aumentou de 5.120 para 6.320, sendo 875 desabrigadas, que foram encaminhadas para locais organizados pelas prefeituras das 47 cidades atingidas.
As prefeituras de Esteio e Rolante decretaram situação de emergência e aguardam a homologação pela Defesa Civil. Já os municípios de Riozinho, Esperança do Sul, Barra do Guarita, São Jerônimo, Cachoeirinha e Iraí informaram a situação ao órgão e preparam a documentação para realizar o decreto.
No final da tarde desta quinta, o governador José Ivo Sartori recebeu o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, no Palácio Piratini, em Porto Alegre, para tratar do assunto. O ministro sugeriu o reconhecimento sumário da situação de emergência de cidades pequenas por parte do estado, o que eliminaria a burocracia para a obtenção de recursos.
“Tratamos aqui de um entendimento da decretação pelo governo do estado de situação de emergência de vários municípios para que seja submetido ao Ministério da Integração e que nos possamos fazer o reconhecimento imediatamente. Ao reconhecermos e publicarmos no Diário Oficial a situação de emergência dos municípios gaúchos, nós poderemos, a partir desse momento, traçar algumas outras ações que serão ações de resposta não só no restabelecimento de algumas cidades, mas também a reconstrução”, disse o ministro.
Sartori pediu solidariedade à população. “É um momento difícil, que só com a união de todos poderemos superar, ajudando as comunidades que precisam”, disse.
Em Esteio, água nas ruas já baixou, apesar da chuva fina que caiu nas últimas horas. Cerca de 600 pessoas seguem foram de casa. Porém, o Rio do Sinos sobe lentamente em Novo Hamburgo e São Leopoldo e é monitorado com atenção pela Defesa Civil.
“No Rio do Sinos, apesar da vazão maior, a quantidade de chuva foi alta, então o nível continua subindo. Estou monitorando com muita atenção”, explica o subchefe. “O Rio Caí estacionou”, acrescenta.
Em Cachoeirinha, mais de 200 famílias estão fora de casa na cidade. O Rio Gravataí está 4 metros acima do nível normal e deve subir mais ainda.
Em Montenegro, dez famílias ainda não conseguiram retornar para as residências com a cheia. Mas a expectativa é de que o Caí volte para o leito até hoje. O mesmo ocorre em São Sebastião do Caí, onde rio chegou a atingir 10 metros acima do normal.
Na Fronteira Oeste, o aumento da vazão do Rio Uruguai gera preocupação extra com São Borja e Itaqui. Em Uruguaiana, a previsão é que o nível suba mais até o fim de semana. A última informação da Defesa Civil é que o nível está quase 7 metros acima do esperado.
“A água deve subir e atingir algumas famílias, mas não tem como prever quando exatamente. Eu perdi minha previsão padrão. Itaqui e São Borja são cidades com casas situadas na barragem do rio. Mas as coordenadorias regionais da Defesa Civil já estão trabalhando de forma preventiva junto às comunidades”, adianta Lima.
No Norte, em Iraí, cerca de cem famílias estão acomodadas em casas de parentes (veja no vídeo). No ano passado o município registrou uma das maiores enchentes da história e agora, pouco mais de um ano depois, os moradores sofrem com o mesmo drama.
Em Barra do Guarita, na divisa com Itapiranga (SC), a administração municipal suspendeu as aulas da rede pública de ensino a partir desta quinta (16) em virtude da situação de emergência. Trinta e três famílias precisaram sair de casa devido ao aumento do Rio Uruguai, que chegou a quase 12 metros acima do nível normal.
A travessia de balsa até a cidade catarinense, do outro lado do rio, está suspensa. Assim como o trajeto para a Argentina realizado em Porto Mauá e em Porto Xavier, que também foi interrompido nas duas cidades. No trecho, o nível do Rio Uruguai chegou a quase 15 metros acima do volume normal.
A Defesa Civil atua com 12 equipes em todas as regiões atingidas por chuvas e alagamentos – quatro estão na Região Metropolitana, quatro no Noroeste e as demais espalhadas pelo estado.
Fonte: G1
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