Secretário crê que o valor da 1ª parcela pode ser menor que R$ 2.150.
Medidas a serem votadas na AL e ajuda do Planalto podem ajudar, afirma.
A incerteza que toma conta da vida dos funcionários públicos estaduais do Rio Grande do Sul pode ser ainda pior no início do próximo mês. O secretário da Fazenda, Giovani Feltes, disse ontem não descartar que o valor da primeira parcela dos salários referentes a agosto seja inferior aos R$ 2.150 que os servidores receberam na última sexta-feira.
“Não dá pra assegurar exatamente esta mesma condição. A tendência é uma deterioração ainda maior, lamentavelmente”, afirmou Feltes.
Mais de 47% dos servidores estaduais não receberam o salário integral do mês de julho. O pagamento será feito em três parcelas. Para quem recebe mais que o valor já pago pelo governo, outra parcela de R$ 1 mil deve ser depositada até o dia 13 de agosto. Para os funcionários que recebem salário superior a R$ 3.150, o restante será pago até o dia 25.
O secretário acrescenta que as condições de um possível novo parcelamento dependerão da arrecadação do estado e da aprovação dos projetos que o governo vai enviar para a Assembleia Legislativa na próxima sexta-feira (7).
“Quero crer que a receita possa melhorar agora no mês de agosto. Eu quero crer que a gente vá receber recursos federais, do Fundo de Exportação, por exemplo, e isso pode de certa forma dar o quanto nós poderíamos efetivamente nos comprometer ao final do mês”, acrescentou.
Nesta terça, um dia após a paralisação dos servidores em protesto à medida do governo, a população continuou sentindo os efeitos da crise. As aulas na rede estadual foram retomadas, mas algumas escolas liberaram os alunos mais cedo.
“A ideia é que a escola dê aula até o recreio e, depois, ela tem varias alternativas. A escola tem de pensar sobre isso. A alternativa é que ela possa, por exemplo, encaminhar trabalhos para os alunos fazerem em casa”, disse o vice-presidente do CPERS-Sindicato, que representa os professores estaduais, Luiz Veronezi.
Nas delegacias de polícia, apenas ocorrências graves, como assassinatos e estupros, são registradas. Além disso, os delegados interromperam as operações nas ruas e não fazem pedidos de prisão.
“Em razão do parcelamento dos salários, algumas investigações deixarão no momento de ser realizadas”, disse o vice-presidente da Associação de Delegados de Polícia (Asdep), Fabio Motta Lopes. “Aquelas situações que envolvem a apuração de crimes, que são praticados sem violência, sem grave ameaça, infrações penais de menor potencial ofensivo, nesse momento, até que haja integralização do salário de julho, as investigações serão suspensas”, afirmou.
Já os policiais militares retornaram para as ruas, e o Comando da Brigada Militar informou que os carros que estavam parados por falta de documentação voltaram a fazer o patrulhamento. Ainda assim, a sensação de insegurança continua entre a população.
“Acho que o clima está tenso. Não se vê policial na rua. Acabei de passar agora ali no plantão da polícia e não tem ninguém trabalhando. Então realmente está confusa a coisa”, diz o comerciante Paulo Bender.
Fonte: G1
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