Por Henrique da Silva
Se tudo correr dentro do esperado, em 2 de outubro de 2022, teremos um novo encontro com as urnas eletrônicas para escolher nossos novos representantes como deputados estaduais e federais, senadores, governadores e, claro, presidente. Caso necessário, um segundo turno já está programado para o dia 30 de outubro de 2022. Ou seja, entramos oficialmente no “ano eleitoral”, o período de 365 dias em que quem pouco ou nada fez começa a mostrar trabalho para tentar uma reeleição.
Aqui no Rio Grande do Sul, Eduardo Leite não irá concorrer à reeleição. Caminho livre para que a disputa seja mais aberta, com nomes como José Ivo Sartori (26,3%) e Onyx Lorenzoni (12,6%) ocupando a preferência do eleitor, segundo o instituto de pesquisa Orbis, que realizou 995 entrevistas (via telefone) com eleitores gaúchos no mês de agosto. A margem de erro é de 3,1%.
Leite vai, isso sim, batalhar para ser o nome escolhido pelo PSDB para o Planalto, tendo como grande adversário João Dória, governador de São Paulo. Ambos apoiaram a candidatura de Jair Bolsonaro em 2018, mas ao longo de seus mandatos, passaram a se posicionar como críticos ao presidente, estando entre seus principais adversários especialmente no enfrentamento da pandemia.
Leite e Dória fazem parte do grupo de políticos que quer tentar emplacar uma terceira via, da qual também fazem parte nomes como Ciro Gomes, Sérgio Moro e Luiz Henrique Mandetta. Por “terceira via”, entende-se a construção de uma chapa capaz de atrair votos dos eleitores “nem, nem”: nem Lula, nem Bolsonaro. Bolsonaro com amplo apoio levando multidões por onde passa, Lula que as pesquisas apontam uma rejeição de 48% (Pesquisa Atlas).
Eleições, como bem sabemos, são mais sobre quem tem a menor rejeição e não quem possui maior aprovação. Por isso mesmo, as pré-campanhas de Bolsonaro e Lula tentam inibir qualquer possibilidade de uma terceira via prosperar, pois isso traria um grande desafio para suas próprias candidaturas. Como antagonistas, um precisa do outro para sobreviver.
Mas, para isso acontecer, é preciso definir quem é essa tal terceira via. Em 2022, o atual presidente encontrará dados favoráveis, com a economia crescendo no patamar superior aos 5% conforme informações do Banco Central, e a grande mídia perdendo força, Bolsonaro ganhará sustentabilidade a partir do segundo trimestre. Nesta hipótese Lula sem conseguir aumentar sua popularidade e sem base eleitoral contando apenas com 185 prefeitos, poderá não concorrer, cabendo a Ciro Gomes assumir o papel de esquerda para tentar um desgaste maior do governo devido ao seu discurso forte e agressivo. Sergio Moro com forte apelo popular, pode ser sim a terceira via. Apresentado à sociedade como o “novo” sem vícios e apoiado pelos grandes partidos, PSDB, UB (União Brasil- fusão do DEM e PSL) entre outros. Com tudo que vemos parece que a safra de políticos está como os trigais do noroeste gaúcho. Perdeu a qualidade.
A gente se pecha por aí.
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