Em Brasília, governador se reuniu nesta quarta com o ministro da Fazenda.
No mesmo dia, Levy não compareceu a 2 encontros marcados com gaúcho.
O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, pediu “solidariedade ativa” ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante reunião realizada na noite desta quarta-feira (12) em Brasília. O encontro aconteceu após o ministro deixar de comparecer às duas audiências marcadas com o mandatário gaúcho, que cumpre agenda na capital federal buscando soluções à crise financeira que atinge o estado.
“Precisamos da solidariedade ativa do governo federal. Estamos fazendo a nossa parte, com as mudanças estruturais necessárias”, disse Sartori após a reunião.
Levy deixou de comparecer a uma reunião marcada com o mandatário gaúcho pela manhã e remarcou o encontro para o final da tarde, mas, novamente, não apareceu. Por meio do Twitter, Sartori havia se referido ao não comparecimento do ministro como um “desencontro de agendas”.
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Pela manhã, Sartori conversou com o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, que informou que representantes da Secretaria do Tesouro Nacional vão se reunir com membros do Tesouro do Estado em até 15 dias para dar continuidade aos estudos sobre a dívida. “Serão levantadas possibilidades de futuras situações em que a Secretaria do Tesouro Nacional poderá ser demandada”, disse o governador.
Após a reunião, Sartori conversou com jornalistas e negou que o estado tenha dado “calote” no governo federal, apesar de ter confirmado que não foi realizado o pagamento de sua dívida com a União – o que gerou – e acrescentou que espera “solidariedade” e “compreensão”.
“Ninguém passou calote nenhum. Apenas não cumprimos uma parte. Vamos trabalhar tecnicamente como em qualquer lugar”, disse Sartori. Ele afirmou também que o governo do Rio Grande do Sul fez uma opção neste mês de pagar os servidores e que não quer “confronto” ou “estabelecer uma ação política” com essa decisão. “Tendo condições, resolvemos pagar todos servidores em todas situações. Foi isso que nós fizemos”, declarou.
Segundo Sartori, a obrigação do governo do estado é conversar e buscar maneiras de equacionar o problema. “Eu posso dizer com toda clareza do mundo que nos esperamos compreensão e também uma solidariedade ativa em relação às finanças do Rio Grande do Sul, que é o que nos precisamos. Mas isso nós vamos conversando, como estamos conversando há mais tempo e continuando evidentemente esse diálogo de forma permanente”, afirmou.
O governador afirmou ainda que a situação financeira pela qual passa o estado “não é momentânea”. “Ela vai se prolongar em outras ocasiões. Mas vocês são todos testemunhas que vínhamos atrasando a dívida em tantas e repetidas ocasiões. Era para nós termos condições de parcelar os salários já em maio, mas em função das medidas judiciais tivemos de criar outras condições, outras maneiras sob pena de não cumprirmos as medidas judiciais. Fui ao STF [Supremo Tribunal Federal], vou continuar indo lá, conversando, dialogando, para entenderem a nossa realidade e a nossa situação”, acrescentou.
Fonte: G1
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