Sexta-feira 16/05

Segurança para ciclistas é desafio no trânsito

17 de março de 2017

Os ciclistas são personagens cada vez mais frequentes no trânsito, seja por esporte, por lazer ou, ainda, como alternativa de locomoção, e, como parte importante deste espaço, também possuem direitos e deveres, que muitas vezes são desconhecidos ou desrespeitados por todos os que circulam no trânsito, seja dentro da cidade ou em rodovias.

As regras de trânsito para ciclistas, previstas no Código de Trânsito Brasileiro e em regulamentações do Contran tratam sobre como ciclistas devem se comportar no trânsito, e como outros condutores devem agir em relação a eles. Ao contrário do que muita gente acredita, o texto do Código Brasileiro de Trânsito valoriza essencialmente a vida e a integridade física, e não o fluxo de veículos. Conforme o CTB, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores. Por isso, caminhões e ônibus devem prezar pela segurança de carros, assim como carros devem prezar pela segurança dos ciclistas. Por sua vez, os ciclistas devem sempre dar preferência aos pedestres.  O que muitas pessoas ainda desconhecem é o fato de que o ciclista desmontado (desembarcado) é considerado pedestre e, estando montado na bicicleta, é considerado um condutor de veículo de propulsão humana, devendo ocupar o leito da via como qualquer outro veículo e obedecer à sinalização. Para estarem em acordo com a legislação e primando pela segurança, as bicicletas devem ocupar as ciclovias, ciclofaixas ou acostamento, e se não houver essas opções, deverá seguir pelo bordo da pista no mesmo sentido dos demais veículos e nunca na contramão. Além disso, é fundamental utilizar os equipamentos obrigatórios, que são buzina, espelho e adesivos refletores na frente, atrás, nas laterais e nos pedais. Já cotoveleira, joelheira e especialmente capacete são altamente recomendados, mas o uso não é obrigatório.

Nas calçadas e passeios a bicicleta só pode transitar se houver permissão de autoridade de trânsito e sinalização adequada, ou se o ciclista estiver desmontado, empurrando a bicicleta, pois neste caso, equipara-se a um pedestre. “Muitos pais orientam as crianças andarem na contramão pois assim podem ver os veículos, e isso lhes parece mais seguro, mas isso é mais perigoso ainda. Da mesma forma, muitas crianças se criam andando nos passeio, porque claro, tem menos movimento. É compreensível, mas é uma cultura difícil de ser abandonada quando se tornar um adulto. Vai ser difícil entender que não pode andar na calçada”, explica o Capitão da 4ª CIA PM, Comandante Sirlando da Ponte. Ele diz que o ideal seria se os municípios tivessem a preocupação em implantar ciclovias ou ciclofaixas. Conforme o capitão, todas as regras previstas em lei devem ser respeitadas com motoristas preocupados com a segurança do cidadão e proteção à vida. “Existem regras que devem ser seguidas, mas principalmente, deve haver uma integração entre as partes, pois quando há respeito mútuo se faz um trânsito mais seguro”. Ele explica que está previsto em lei a aplicação de multas para quem infringir a legislação, mas na prática há dificuldades visto que as multas devem ser direcionadas à placa de um veículo, e poucas cidades do Brasil obrigam os ciclistas a usar placas.  

Outro fator importante relacionado à segurança é que, seja em ruas de grande circulação ou em rodovias, todo motorista deve diminuir a velocidade quando tiver um ciclista à sua frente e, para fazer a ultrapassagem, o motorista deve manter 1,5m de distância do ciclista. Mas, nem sempre isso acontece, conforme contam algumas de ciclistas de Doutor Maurício Cardoso que, em grupo, pedalam semanalmente até Horizontina.  “As carretas, caminhões e ônibus não reduzem a velocidade e não respeitam. Pior ainda é quando ocorre uma ultrapassagem dos dois lados. Nós andamos em fila bem na beira da estrada, da forma correta, mas isso dá muito medo”, conta Elisa Jurack. Por este motivo, a amiga Janaína Richter diz que prefere andar pelo interior. “Nas estradas do interior quase não tem movimento e os carros andar mais devagar. Dentro da cidade é pior. Tem muitos carros andando e outros parados, por exemplo, que podem abrir a porta bem na hora que estamos passando, tem muitas esquinas que exige mais atenção. Se tivesse ciclovia, seria outra história”. Já Leila Brüning comenta que deve haver bom senso dos dois lados. “Nós levamos muitos sustos com carretas, mas vejo que muitos motoristas já estão começando a respeitar. Se cada um faz sua parte e o que é correto, não teremos problemas”.

Para reforçar a segurança, algumas dicas podem ser praticadas: o ciclista pode sinalizar com as mãos para avisar que vai dobrar a rua ou que vai ocupar um pouco mais da pista; não deve andar entre os carros; dar atenção redobrada em cruzamentos, fazendo uma parada ou dando a passagem mesmo que a preferência seja sua, afinal, o que vale é poder curtir a magrela, a companhia e as paisagens do passeio.

 

 

 

 

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