Marjorie Canova Wojann
Possivelmente você vá ler essa coluna, após a Páscoa já ter passado, mas quem sabe, ela se encaixe direitinho aí. Diferente de os anos passados, a celebração da Páscoa nesse ano, foi estranha, um tanto solitária, cheia de incertezas e medos, tão oposto ao que acredito ser a maioria de nós, está tão acostumado.
Mas calma, todo esse distanciamento daqueles que amamos, todos os cuidados que estamos tendo, tem um propósito, e o quanto antes entendermos ele, antes sairemos dessa, e tenho certeza de que todos, cada um à sua maneira, irá comemorar, festejar, junto daqueles que ama, e tanto sentiu falta durante este período de quarentena, e olha só, vai ser incrível!
Enquanto isso, durante esse distanciamento social, porque não pensarmos naqueles que vivem essa realidade de isolamento e solidão todos os dias? Cada um de nós, tem aquela roupa lá no fundinho do armário, que não nos serve mais, mas quem sabe por boas lembranças ou um apego muito grande, ele continua lá. Aquele calçado que você usou uma só vez porque incomoda o teu pé, pode ser perfeito para outra pessoa. Aquele monte de comida que você comprou para a quarentena, e está se dando conta de que exagerou na quantidade, quem sabe seja a quantidade necessária que alguém próximo a ti, esteja precisando. Você que teve uma Páscoa cheia de chocolate, amendoim ou tantas outras delícias que comemos nestas datas, agradeça, agradeça muito, mas se questione se você precisa mesmo de tudo isso. Será que a alegria de uma criança que não teve a mesma oportunidade que você, ao ganhar um chocolate, não te fará muito feliz?
Para os Cristãos, acredito que alguns conceitos sejam mais presentes, mas a Páscoa é a comemoração da ressureição de Cristo, visto por muitos como uma esperança viva dada por Deus aos homens. Façamos todos nós, Cristãos e não Cristãos, a esperança na vida, na humanidade, na cura, um sentimento diário, e sejamos nós a mudança, mesmo que pequena, que a gente tanto quer e espera no mundo.
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